Neste período do ano somos estimulados a pensar sobre os meses passados e a imaginar o que virá no ciclo que se inaugura. E se fizermos esse exercício de reflexão sobre 2024 e projeção para 2025 quanto ao tema da religião no Brasil?tigre.com jogo
Ainda no primeiro trimestre do ano, em março de 2024, foi o próprio presidente Lula (PT) quem diagnosticou a dificuldade de seu governo em abrir frentes de diálogo com os evangélicos. Em uma reunião ministerial, Lula se disse pressionado a se reunir mais com o segmento. Político experiente que é, Lula estava certo em seu diagnóstico.
O saldo do ano para o governo no campo evangélico ainda é bastante negativo. No entanto, depois daquela reunião, dois eventos marcaram os meses seguintes. O primeiro foi a ruptura do deputado federal Otoni de Paula (MDB) com Jair Bolsonaro e início de uma aproximação com o governo Lula. O segundo foi Lula ter cogitado a vereadora de Goiânia, Aava Santiago (PSDB), reconhecida como um nome nacional da esquerda evangélica, para um ministério em seu governo.
O presidente Lula com a vereadora de Goiânia Aava Santiago, que tem atuado como uma ponte do governo federal com os evangélicos - Ricardo Stuckert - 3.jul.24/PRCom perfis bastante distintos, ambos políticos são da Assembleia de Deus, a maior igreja evangélica do país. Buscando diálogo com um evangélico ex-bolsonarista e com uma vereadora evangélica de esquerda, Lula continua tentando compor sua frente ampla religiosa. De olho na eleição presidencial, o governo sabe que a disputa de 2026 começa em 2025. Por isso, não surpreenderá se, na anunciada reforma ministerial, Lula considerar não apenas a sigla partidária, mas também a religião de seus próximos ministros.
Em fevereiro de 2024, Juliano Spyer antecipou a pergunta-chave das eleições municipais de outubro: Líderes evangélicos vão abandonar Bolsonaro?
A questão de Spyer fez todo sentido, especialmente, durante o primeiro turno da disputa na capital paulista. Diante de uma corrida acirrada, Ricardo Nunes (MDB) e Pablo Marçal (PRTB) tinham chances reais de seguirem para o segundo turno na capital paulista. Jair Bolsonaro (PL) vacilou na definição de seu apoio até ouvir de Silas Malafaia que era covarde e omisso. "Que porcaria de líder é esse?", perguntou o pastor, que apoiou Nunes e trocou farpas com Marçal.
Jair Bolsonaro tirou Malafaia do sério porque demonstrou falta de lealdade política ao seu antigo aliado, Nunes, e errou no timing da declaração de apoio, dando margem para o crescimento de Marçal. O ex-presidente Bolsonaro não foi exatamente abandonado por líderes evangélicos, mas sua imagem neste segmento termina 2024 pior do que começou. Cada vez mais sua falta de lealdade o compromete. Malafaia até tentou lembrá-lo que tanto na política quanto na religião a falta de lealdade é pecado mortal.
Por mais que tenha perdido a eleição que disputou, a adesão que Pablo Marçal (PRTB) recebeu do eleitorado evangélico também foi notícia de destaque no ano. Sem necessariamente apelar para uma estratégia de aliança com grandes líderes religiosos, Marçal parece ter entendido como poucos que a maior parte dos eleitores evangélicos paulistas estão em igrejas pequenas e médias, com até 200 pessoas. Por isso, o candidato usou a estratégia de falar diretamente com o eleitor, sem dar tanta atenção aos seus pastores.
Marçal ameaçou pulverizar a centralidade de figuras-chave do campo da política evangélica, como Silas Malafaia. A tática é difícil de ser replicada em eleições federais, mas Marçal mostrou um caminho que poderá ser trilhado por outros. Assim como Marçal estremeceu a unidade do bolsonarismo, também fragmentou o "voto evangélico". O surgimento de outros políticos como Marçal será capaz de desestabilizar o protagonismo de líderes religiosos hoje consolidados?
Até 80 Giros no 1° Depósito - Melhor Site de Apostas Colunas e BlogsAlém das disputas anunciadas envolvendo evangélicos e política no Brasil, em 2025 também podemos esperar outros dois protagonismos no noticiário sobre religião: o catolicismo e os números do Censo.
Aos poucos, a relevância do catolicismo na política contemporânea tem adquirido a relevância que lhe cabe. Neste ano, devemos dar atenção ao catolicismo oficial. Dom Jaime Spengler, atual presidente da CNBB, foi transformado em cardeal pelo papa Francisco. Ganhou peso político e religioso, ainda não sabemos como os usará.
Espera-se para o ano a divulgação dos números sobre religião no Brasil de acordo com o Censo. Os dados já nascerão velhos, com quase três anos de defasagem. Certamente terá crescido o número de evangélicos e diminuído o de católicos, mas e as outras religiões? Terá aumentado os que se identificam como sem religião, como espíritas ou adeptos de religiões afro? Seja como for, em 2025 teremos a revelação desse retrato religioso do Brasil.
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